Há algum tempo li um artigo do Henrique Arake, bastante interessante por sinal, que nos faz ver e perceber, que enquanto freelancer, empresário, trabalhador autónomo ou até mesmo funcionários, temos que cobrar por pequenas coisas, como diz no título “Como explicar que não existe almoços grátis?“.
Ao ler o artigo revi-me muitas vezes nele, apesar do foco ser para a advocacia, se mudarmos o termo serve perfeitamente.
Recentemente, um colega de um colega me pediu uma “ajuda” com um assunto. Um assunto simples, trivial, que CERTAMENTE eu saberia responder de pronto. E, surpresa das surpresas, não era tão simples assim. Demandaria, pelo menos… PELO MENOS a leitura de alguns documentos e um pouquinho mais de investigação, mas que se ele pudesse marcar uma reunião mais tarde…
Henrique Arake
Quantas vezes não fui contactado para ajudar numa “pequena coisinha”, numa dúvida num projeto, ou mesmo numa sequência de funções? Digo-vos, inúmeras vezes. Às vezes respondo, outras nem por isso, pois a maioria das vezes é por preguiça de quem pergunta.
Existem inúmeras comunidades de ajuda, como o Stack Overflow, onde a dúvida irá ter mais atenção, do que num email! Sem contar que, a partilha de conhecimentos é algo fundamental, pode existir mais pessoas com a mesma dúvida, e se todos seguíssemos a mesma filosofia, não haveria informação disponível.
Depois, se vemos que é algo mais complexo, e dizemos, vamos falar um pouco melhor, para percebermos melhor a dúvida, geralmente a resposta é:
“Oh! É mesmo? Ah, então deixa né? Outra hora, então!” E eu quase que podia ouvir: “peço uma ajuda simples e esse ganancioso sem-vergonha já quer lucrar às minhas custas”
Henrique Arake
Sounds familiar?
Deixa eu contar uma novidade para vocês (particularmente aos advogados, médicos, arquitetos, publicitários, designers, dentistas, veterinários, etc.)… vocês estudaram pra C@#$%#@ pra se formar, adquirir conhecimento e expertise e, se são profissionais liberais, VIVEM disso!
Henrique Arake
Pois é meus amigos, o conhecimento tem custos, é o ato de adquirir informações e saber trabalha-las, “uma informação sozinha não é conhecimento, é apenas um dado sem razão ou sem fundamento e sem nenhum objetivo“. E hoje em dia, o conhecimento tornou-se numa ferramenta que marca a diferença na nossa área.
Outra coisa, se a pergunta foi feita para você, é porque a resposta não é óbvia! Significa que o Google e a Wikipedia não foram suficientes! E se ela não é óbvia, significa que VOCÊ também não achará a resposta no Google e na Wikipedia (eu sei que vocês também fazem isso )! Então, camarada, você tem duas opções:
1 – Responder com a primeira coisa que te vier à cabeça! Afinal, você é um profissional, conhece do assunto e, mesmo que não tenha TANTA certeza sobre o conselho que está dando, ora essa, ele jamais saberá, certo?
Henrique Arake
Como diz o Henrique, “ERRADO! O que acontecerá é que ele tentará implementar sua solução, provavelmente dará errado, e seu filme estará queimado para sempre!“.
2 – Explicar que a solução não é tão simples quanto parece e marcar uma reunião PROFISSIONAL para resolver o assunto.
Assim você terá tempo para investigar o assunto com profundidade, descobrirá que ele NÃO TE CONTOU TODOS OS DADOS NECESSÁRIOS ali na mesa do boteco. “O que? O cliente esconde informações que ELE julga não serem importantes?”
Henrique Arake
Infelizmente isso acontece com frequência.
Porém ao tomarmos essa atitude, não só estamos a ser corretos, profissionais, como estamos a salvaguardar-nos, pois se o “colega do colega” for financeiramente cauteloso e não quiser pagar pelos próprios problemas, então esse problema não é assim tão importante, e nós acabamos por não perdermos tempo, com algo que poderíamos aproveitar para aprofundar o nosso conhecimento ou mesmo a trabalhar.
Porém, o maior problema prende-se quando nós próprios esquecemo-nos da importância e do custo, seja ele monetário ou em termos temporais, do nosso conhecimento.
Faz um favor a toda a comunidade de tecnologia, COBRA PELOS TEUS SERVIÇOS!